nosso marido

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só nosso

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

IM P:2

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Amores , eu escrevi rapido no outro capitulo eu fui escrever manu e escrevi Mari Sorry Bieberkisses
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CAPITULO 2

E o respondi que sim  néh ( Dã ia dizer nõ se ele é tão gostoso e em breve partes Hot Adogo 66 bye)
e a Nanda Falo na Hora de entregar o bilhete ao justin
- Perdeu o juízo? E se a senhorita Margareth pega vocês dois trocando de papelzinho na aula dela? _Nanda disse pegando o papelzinho.
-  Estou tão feliz que nada vai tirar minha felicidade. _eu disse suspirando.
Justin não respondeu, apenas olhou para mim rindo e fez sinal de que depois conversávamos.

Chegou a hora do intervalo. Justin foi até minha carteira para me ajudar.
- Não vejo a hora de ficar boa e tirar essa coisa. _eu disse olhando para minha perna.
Justin pegou minha bolsa e pediu para que eu apoiasse nele. A outra mão dele que estava desocupada foi segurando em minha cintura.
Aquilo estava sendo irônico. A alguns dias estávamos naquele corredor discutindo e agora ele me ajudando e ainda por cima estávamos namorando.
- Parece que o colégio inteiro parou para nos olhar. _eu disse rindo.
Justin não disse nada, também riu da situação.
Achamos uma mesa desocupada e sentamos.
- E então? _eu perguntei.
- A mesma pergunta que estava escrita no papel foi a que lhe fiz enquanto estávamos perdidos. _ele respondeu.
Eu não me lembrava do que aconteceu quando estava com febre, mas a expressão de Justin não saiu da minha cabeça. Isso foi quando ele viu que eu estava com febre. Me lembro que ele ficou pálido e com medo. Fiquei curiosa e perguntei a ele o porquê.
- Eu fiquei com medo de te perder, sua febre estava muito alta e eu não sabia a possibilidade de aparecer alguém, isso se aparecesse. Foi insuportável ver você daquele jeito. _parecia que enquanto ele respondia um filme se passava pela cabeça dele.
- Agora está tudo bem. Daqui alguns anos iremos rir disso tudo. _eu disse pegando na mão dele.
Estava quase na hora do intervalo acabar. Justin me ajudou a levantar e me levou até meu armário para que eu pegasse meu livro de biologia. 
Quando eu fechei a porta do armário dei de cara com ele vindo todo aflito para o meu lado.
- Querida você está bem? _perguntou meu pai me abraçando com toda força do mundo.
- Eu irei ficar bem se o senhor parar de me apertar. _eu disse tentando escapar do abraço de urso dele.
- Eu só pude vir hoje, ontem tive reunião o dia inteiro e quando liguei a noite sua mãe disse que estava dormindo. _ele se explicou antes que eu perguntasse.
- Que surpresa vê-lo por aqui. _eu disse.
- Eu vim buscá-la. _ele respondeu.
- Como assim? Estamos no intervalo, ainda tenho aula. _fiquei confusa.
- Manu me desculpe. Fui um idiota em mandá-la para cá pensando que isso a ajudaria. Eu já passei na diretoria e peguei sua transferência. Agora você irá voltar para o colégio de onde não deveria ter saído. _meu pai explicou.
Aquelas palavras foram piores do que as que ouvi no dia que Raquel queimou minha blusa. Eu tinha acabado de me adaptar no colégio público. Eu tinha professores legais, minhas notas melhoraram, eu tinha uma melhor amiga e agora um namorado. O que eu tinha feito de errado para ele me trocar de colégio de novo?
Olhei para Nanda e os olhos dela encheram de lágrimas. Justin fez uma cara de frustração e o resto do colégio pareciam incrédulos.
- Pai eu não quero voltar para aquele colégio. _eu disse com a maior tranquilidade.
- Como assim não filha? Você estava reclamando de ficar aqui, agora estou te dando a chance de voltar a ter sua vida de princesa novamente. _os olhos dele brilharam.
Eu não estava reconhecendo meu pai, talvez fosse só preocupação.
- Pai, do que adianta ter uma vida de princesa sem amigos, sem pessoas que realmente gostam de você e quer seu bem? _eu disse quase chorando.
- Mais lá no outro colégio você tem de tudo. Não é você que disse que não nasceu para conviver com pobre? _meu pai não deveria ter dito isso.
Justin saiu na mesma hora. Ele pareceu ficar muito nervoso com aquelas palavras.
- Eu não sabia o que era ter amigos e sentimentos quando eu disse aquilo. Tente entender que eu estou feliz aqui papys. Eu gosto daqui. Não foi o senhor que disse que eu iria mudar vindo para cá? Que aqui era um ótimo colégio? Então, o senhor estava certo e foi aqui que eu aprendi a não ser um robô consumista. _eu expliquei a ele.
- Você tem certeza do que está fazendo? _ele perguntou colocando a mão em meu ombro.
- Nunca tive tanta certeza. _eu pisquei para ele.
Eu estava preocupada com Justin, então me despedi do meu pai e pedi a Nanda e Chaz que me ajudassem a procurar ele.
Não foi difícil de encontrar. Ele estava na quadra do colégio.
- Justin? _eu o chamei.
- Era esse o seu plano? Se fazer de coitada para que o papaizinho a levasse de volta para o reino encantado? _ele estava gritando comigo.
- Não fale assim JB. _disse Chaz colocando a mão no ombro dele.
- Passou para o lado dela agora Chaz? _Justin tirou a mão de Chaz.
- Justin o que eu disse com meu pai foi antes de vir para cá. Eu era uma patricinha mimada e não queria trocar o luxo por nada. Eu não menti para você em momento algum. _eu disse.
- Para mim você tinha mudado, mas vejo que é capaz de tudo, até mesmo brincar com os sentimentos das pessoas. _ele parecia arrasado.
Meus olhos encheram de lágrimas ao ver que ele duvidava dos meus sentimentos, não aguentei e comecei a chorar.
- Em momento algum eu brinquei com seus sentimentos, eu te amo. _eu soluçava de tanto chorar.
Justin não disse nada. Apenas se aproximou de mim e me abraçou forte.
- Não chore. _ele pediu.
- Por que você duvida dos meus sentimentos? _eu ainda estava chorando.
- Por que você vai voltar para o outro colégio? _ele me respondeu com outra pergunta.
- Ela não vai voltar Jus. _disse Nanda que estava ao lado de Chaz.
- Como assim não? O seu pai não veio buscá-la? _ele estava olhando em meus olhos.
Nanda e Chaz explicaram a ele o que aconteceu.
- Eu sou um idiota mesmo. Me desculpe._ele disse limpando minhas lágrimas.
Eu desculpei Justin, não tinha motivos para deixar aquilo tudo nos abalar. Quem nunca errou ou até mesmo duvidou dos sentimentos de alguém? É impossível não cometer erros quando se ama alguém, é impossível não ficar cego e desconfiar.

 



Três meses se passaram e meu namoro com Justin estava indo bem. Minha perna melhorou e para felicidade de todos Nanda tomou iniciativa e pediu Chaz em namoro que por sua vez aceitou.
Meu pai anda muito bem nos negócios e minha mãe está ganhando muito elogios da redação da revista.
- Tchau mamys. _eu disse me despedindo.
- Cuidado para não se machucar de novo. _ela me deu um abraço apertado e um beijo de preocupação.
- Vai ficar tudo bem. Diga ao papai que não é para ele se preocupar que eu estou levando tudo que ele disse. _eu disse pegando o celular e ligando para Nanda.
- Me deseje sorte. _eu disse quando ela atendeu.
Nanda e eu ficamos um tempinho bom conversando, até que Justin chega me chamando.
- Está pronta? _ele disse com um sorriso imenso.
- Sim senhor. _peguei minha mochila e saímos.
Fiquei com um pouco de insegurança quando chegamos lá, porém Justin quis voltar na floresta onde ele me pediu em namoro e eu aceitei.
- Não iremos nos perder novamente. _ele disse enquanto montava a barraca.
É claro que ficamos somente no lugar onde montamos a barraca. Não teria como se perder porque Jus estava com um mapa e já havia ido ali estudar o lugar com um guia.
Ao anoitecer ele ascendeu uma fogueira. Sentamos perto dela.
- Então o motivo de voltar aqui foi para lembrarmos de quando fizemos as pazes? _eu perguntei.
- Também. _ele disse sorriu.
- Como assim? _eu olhei para ele confusa.
- Eu queria passar um fim de semana a sós com você. Sem nada e ninguém para nos atrapalhar. _ele disse com a boca coladinha no meu ouvido.
Nesse momento eu olhei as estrelas que pareciam brilhar mais dali.
- Nem mesmo as estrelas? _meus olhos se encontraram com os dele.
- Elas fazem parte da decoração. _ele deu a mordidinha nos lábios que tanto amo.
Em seguida seus lábios já haviam encontrado os meus e eu percebi o motivo dele ter me levado para aquele lugar.
- Eu te amo. _ele sussurrou em meu ouvido.
-EU Também
Justin não montamos barracas e nem troucemos barracas onde vamos dormir  
-amor eu e vcs ficamos no relento aquela vez po má sorte pq tem um hotel aqui pertinho-ele disse
-shuhsushshushsuhsuhsu então vamos amor
justin- vamos, minha Barbie
manu- vamos tarzan
justin- tarzan que você ama
manu- barbie que vc pira nos meu perfumes de paris
justin- verdade
Chegamos e logo subimos era um quarto assim
manu- eu to cansada e vc juju
justin- juju gostei vc nunca me chamo de juju amei Amora ( meu apelido ihihihi)
Manu- quem diria que o menino que eu mais odeio no mundo seria o amor da minha vida
justin- vc é a melhor coisa que ja aconteceu para mim amora
nos beijamos e nos beijamos
manu- eu tomar banho xuxu
Justin- posso ir com vc 66
Manu- pode mais na boa
justin- Claro Amora
fomos para o banheiro quando eu fiquei só de cauçinha e sutien
justin- meu deus
manu- o que tem eu sei que não sou bonita de corpo
justin fica de boca aberta e não fala nada
e eu estralho os dedos na frente do justin
justin- vc é tão gostosa m desculpe a expressão da palavra mais é eu juraria que vc é brasileira
eu xachei de rir
manu- justin mais eu sou brasileira
justin - o qu eu estou tendo alucinãçoes
manu- não justin sou brasileira ma aqui no canadá
justin começo a daçar e pula
manu- meu deus eu to naorando um deb mental eu vou te achar um namorado novo
justin paro de dançar e fico serio
justin brabo- eu só dançe pq fiquei feliz em saber que A MINHA amora alem de sexy é brasileira e sexy e gostosa e dlç  seu corpo me tira do serio , cara como alguem pode ser tão gostosa
eu fiquei com tanta vergonha que começei a me esconder
justin- não se deve ficar com vergonha do que se bonito
manu- para justin
fui indo até ele e tirando sua camisa e o beijando entramos na agua nos beijando justin estva com a mão na minha bunda e eu no seu cabelo quando me dei por conta ja estamos 


CONTINUA BIEBERKISSES

IM

IM (IMAGINE MARIDAS )Novo esse é Aquele que eu falei do Tumblr Que eu gostei mais não tinha um final ok
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olha amores eu não to falando la no fc que eu to postando denovo aqui no blog porque meu PC ta com viros e ai não da para entrar no Fc ok só em blog´s eu não posso nem no msn Facebook e nem em Tumblr nada isso é chato eu sei amores mais olha divulguem poxa esse meu blog é o que meno tem visistas e comentarios pq no meu outro blog eu pesso 30 comentarios e vcs dão e nesse não POXA TRISTES ISSO
ok to dando mais uma chance para vcs voltei a postar pq eu tinha parado mas nada me impede de parar de novo ok minhas lindas esse capitulo vai se BIG BIG BIG BIG BIG ETC , porque vou posta tudo o que a menina tinha escrito e apartir do segundo capitulo ja vai ser dando um final para a historia ok Friend´s Beliebers AMU VCS DE PAIXÃO e o Obrigdo @Lary_Bieber  pelo fc que vc me deu mi senti a Demi Lovato amei o Nome do Fc   (FCManu_rainha_das_beliebers ) e Obrigado @Lucy_     pelo Fc que vc também me deu eu também amei o nome Fco_Manuella_Nossa_Diva_Forever  me senti a Miley Ray Cyrus
Muinto Obrigado pelo carrinho eu também amo vcs Ok quem quiser que eu fassa um Fc pode pedrir poque para mim vcs são minha maiores diva assim como a Amy Lee  eu amooo vcs Minhas fofuxas
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Capitulo 1 Começo e meio
Meu nome é Manuella, mas todos me chamam de Manu. Tenho 17 anos e estou cursando o último ano do ensino médio.
Meu pai é um empresário bem sucedido e minha mãe é a  Dona de uma das revistas de moda mais falada do país. Todo ano viajo com ela para Paris e lá fazemos muitas compras e é claro conhecemos muitas pessoas importantes.
- Manu, você vai ter que dormir na casa do seu pai nesse fim de semana. _minha mãe disse arrumando o cabelo.
Eu estava esquecendo um simples detalhe. Meus pais são separados, o que é bom para mim que ganho tudo em dobro.
- Eu não posso chamar a Patrícia e a Bruna para vir ficar aqui comigo não? _eu disse com esperanças.
- Nem pensar. Vocês ainda estão novas e ficarei preocupada. _ela estava falando sério.
- Eu não gosto de dormir na casa do meu pai. _notei o tom de desprezo na minha voz.
- Mas por quê? Você nunca reclamou. _ela ficou curiosa para ouvir a resposta.
- Nunca reclamei porque antes não tinha a Raquel, mas agora que ele está com ela ficou insuportável ir lá. Você já viu a breguice dela? Ela usa uns sapatos que parecem mais com os que a vovó usava. _eu estava revoltada com o namoro do papai e não queria admitir, mas realmente a Raquel era brega.
- Eu já te disse para deixar de ser egoísta Manu. Eu conheci a Raquel e ela é simpática. Passe a olhar para dentro das pessoas ou um dia você vai sofrer por isso. _ veio ela com sermão.
- Mãe, eu não aguento tanta breguice. Eu não nasci para conviver com pessoas bregas, eu não nasci para ser pobre. _eu disse e virei às costas indo para o meu quarto.
- Cuidado para não se apaixonar por um rapaz de classe mais baixa que você. _ela gritou.
no Outro dia acordei e fui para o Inferno affe espero que breguise não seja contagiante(isso eu acresentei pq ela só pulava para a casa do pai então para ficar melhor eu vou acrescenatr augumas coisas)


- Papys que saudades de você! _eu disse abraçando meu pai.
- Nossa como você está mais linda! Usando o perfume que eu te dei. _ele sorriu.
- E os cremes também. _eu pisquei para ele.
- Eu sei que você gosta de um bom presente. _ele disse se sentando no sofá, estava vendo um noticiário sobre economia e tal.
- E quem não resiste a um presente diretamente de Paris? _nessa hora Raquel chegou à sala.
- Oi Manuella. _ela disse sorrindo.
“Em primeiro lugar eu odeio que me chamem de Manuella ( eu adeio mesmo)e em segundo ela estava com uma blusa que parecia que um boi tinha mastigado e entregado a ela, os sapatos ela deveria ter comprado em um bazar e as calças jeans a mãe dela deveria ter deixado de herança.” Eu pensei.
Não respondi o “oi” da Raquel, dei um beijo no meu pai e fui para o meu quarto.




Pela manhã levantei, tomei um bom banho, tomei café e saí para jogar tênis com meu pai.
- Não gostei do modo como você tratou a Raquel ontem à noite. Deveria ter respondido pelo menos o “oi” dela. _ele não estava bravo comigo, estava apenas falando num tom mais sério.
- Papys me pedir para tratar a Raquel bem é a mesma coisa que me pedir para comprar sapatos em liquidação. Não rola. _eu sempre tinha justificativa para tudo.
Meu pai não teve mais argumentos a não ser esquecer a Raquel naquele momento.
Como sempre ele deixou eu ganhar no tênis. Se eu não ganhasse ficaria emburrada o dia inteiro ou até haver uma revanche.
No caminho de volta para casa ele me contou que aumentaria minha mesada já que a empresa estava obtendo bons lucros.
“Poderei aumentar meu closet.” Pensei.
- Um suco de abacaxi com hortelã depois de um clássico no tênis vai bem não acha? _ele perguntou empolgado.
- Muito bem. _eu disse empurrando ele para cozinha.
Eu gostava de ir para casa do meu pai por causa da atenção que ele me dava, ele fazia tudo parecer fácil para mim e eu me sentia uma princesa estando com ele.
- Vou subir e tomar um banho. _eu disse depois que terminei de tomar o suco.
Quando eu entrei na sala em caminho a escada para subir para o meu quarto deparo com a assombração da Raquel.
- Manuella. _ela me chamou.
Não dei idéia. Continuei meu caminho.
- Manuella, posso falar com você? _ela perguntou.
Raquel não era de insistir para falar comigo. Ela falava, eu não respondia e ela ficava quieta. Sempre foi assim. Dessa vez foi diferente e ela mudou o tom da voz.
 “Será que ela quer se separar do meu pai e quer saber minha opinião?” pensei.
Não iria doer ouvir essa boa notícia, então parei no quarto degrau e me virei.
- O que foi Raquel. _eu revirei os olhos. Não poderia dar muita ideia se não pegava intimidade.
- Eu fui passar suas roupas e sem querer deixei essa blusa queimar, o pano dela é muito macio. Isso nunca aconteceu. _ela começou a se explicar.
Eu olhei para mão dela e vi minha blusa que eu ainda nem tinha usado. Ela era de seda e eu estava aguardando uma ocasião especial para usá-la.
- Sua songa monga, você destruiu minha blusa. _eu disse descendo os quatro degraus e pegando a blusa da mão dela.
- Desculpa. _ela pediu com a voz doce.
- Desculpar o que? Por você ter conhecido meu pai e ter destruído minha vida? _eu estava muito nervosa.
- Não foi minha intenção. _ela começou a chorar.
- Não foi? Quem mandou você mexer nas minhas coisas? Eu te pedi para fazer algo para mim? Não né. Vê se você se toca sua brega. Aposto que só está com meu pai por causa do dinheiro. _comecei a dizer o que estava engasgado.
- Manuella. _meu pai chegou na sala gritando.
- Papys olha o que esse bichinho de matar com pedra fez com minha blusa. _eu mostrei ele.
- Isso não te dá o direito de falar assim com ela, peça desculpas. _ele pegou pelo meu braço.
- Não vou me rebaixar perto dessa coisinha. _olhei para Raquel com cara de desprezo.
- Manueella. _meu pai nunca me chamava de Manuella, ele estava muito nervoso.
Cruzei os braços e fiquei ali parada.
- Eu sempre te dei tudo, roupas, sapatos, dinheiro, cremes e perfumes importados, amor carinho e é assim que você retribui? Raquel é sua madrasta queira você goste ou não tem que respeitá-la. _ele começou com o sermão.
- Pai… _ele não deixou concluir.
- Sabe o que você se tornou? Uma garota mesquinha que só olha para si mesma e não importa com o sentimento dos outros. Sempre estudou no melhor colégio e parece que não conseguiu aprender o que é educação. _ele deu uma pausa e colocou a mão na testa, o que não era uma boa coisa.
Eu estava com um ódio mortal da Raquel. Primeiro ela estraga minha blusa e agora estava estragando meu relacionamento com meu pai.
- Eu disse que ia aumentar sua mesada, mas agora vou cortá-la de vez. Não pagarei mais os seus gastos e você irá estudar em um colégio público se quiser ser alguém na vida. _ele lançou a bomba.
- Mas… papys eu não posso estudar em colégio público, lá só tem gente pobre e com péssimo gosto. Você está brincando não está? _eu esperava que sim.
- Não, você vai ter que aprender que todo mundo é igual independentemente se ela é pobre ou rica. Você vai ter que aprender a conviver com as pessoas para se tornar humana e não um robô consumista. Vai ter que encarar a vida assim como eu e sua mãe encaramos e se não aprender a viver como todo mundo considere-se deserdada. _aquelas palavras acabaram com minha vida.





Meu fim de semana foi péssimo e como se não bastasse hoje é meu primeiro dia em um colégio público.
- Mãe por que você concordou com o papai? _eu perguntei enquanto tomávamos café da manhã.
- Querida nós te amamos muito e damos graças a Deus de poder te dar tudo que não tivemos, mas ele tem razão. Você se tornou uma garota mesquinha que não está nem ai para o sentimento das pessoas. Esse colégio foi o que eu e ele estudamos, é um bom colégio e lá você vai aprender coisas boas. _ela me beijou na testa e sorriu.
- Você tem certeza? _eu disse pegando meu material.
- Você vai gostar. _ela me deu tchau.
Patrícia e Bruna se afastaram de mim e como se não bastasse espalharam para o colégio inteiro que meu pai tinha ido à falência e eu ia estudar em um colégio público. Não liguei quanto a isso. Conheço bem as pessoas da minha classe. No meu antigo colégio a partir do momento que você se junta com pobre você é excluído da sociedade. Eu já havia feito isso com várias pessoas e nunca pensei que aconteceria comigo. Eu estava acostumada a trocar de ‘amigos’ assim como troco meus sapatos: uso e jogo fora.
Tirei carteira de motorista no ano passado. Chegar ao colégio novo dirigindo já me garantia muitos bajuladores.




O colégio público que eu tinha em mente era cheio de bandidos, usuários de drogas, garotas prostitutas dentre outras coisas ruins. Fiquei pasma quando vi o contrário. A frente não era grandes coisas, mas não aparentava a frente de um colégio público. Os alunos até o momento pareciam normais. Skatistas, músicos, jogadores, líderes de torcida, nerds, esquisitos, enfim, todos me olharam quando eu desci do carro.
- Olha a marra da patricinha. _escutei alguém dizendo, mas não quis olhar.
Eu sempre fui de andar com a cabeça erguida, mas ali eu era estranha e não havia nenhum grupo no qual eu poderia me encaixar. Abaixei a cabeça e sai andando em qualquer direção.
- Droga! _eu disse baixinho quando percebi que estava mais perdida que Paris Hilton comprando sapatos.
Parei, respirei, olhei ao meu redor e avistei uma plaquinha que apontava onde era a sala do diretor.
-Com licença. _eu disse para recepcionista.
- No que posso ajudá-la querida? _ela estava se esforçando para ser educada.
- Sou novata aqui e ainda não sei o meu esquema de aula. _eu nem sabia que diabos eu estava fazendo ali.
- Nome, por favor? _ela pediu.
- Manuella De Viegas Bianchi. Dickman _eu disse.( amores eu tava com o braço quebrado e ai minha amig a estava escrevendo enquando eu ditava o que era para escrever e nos outros IM ela escreveu Bainchi errado é que se pronuscia Biankin e se escrve Bianchi mais é Bianchi e não Biakin )
Esperei um tempinho.
- Aluna novata que está cursando o último ano. Está aqui seu horário, a chave do seu armário e um mapa do colégio para você não se perder. _ela me entregou.
- Obrigada! _eu sorri.
As pessoas desse colégio não aparentavam pobres, eles se vestiam bem.
Explorei um pouco o colégio até que o sinal tocou.
Minha primeira aula era de matemática e a professora era Dona Alice, ela parecia ter uns quarenta e poucos anos, mas ainda estava conservada.
- Classe essa é Manuella de Viegas  Bianchi Dickman, ela é novata aqui no colégio por isso peço que a ajudem a se interagir. Seja bem vinda senhorita Bianchi. _ela foi super simpática.
- Obrigada! _eu sorri, esforçadamente, mas sorri.                                                                                                                      
A turma respeitava a Dona Alice, todos prestavam atenção enquanto ela explicava a matéria e pareciam que não estavam nem ai para minha chegada no colégio.
- Não está sabendo fazer o dever Manuella? _perguntou Fernanda.
A única carteira vazia que sobrou para mim foi com a Fernanda que parecia ser uma super nerd. Eu teria que aturá-la até o fim do ano letivo.
- É Manu. _eu corrigi dando um sorriso de desgosto para ela.
- Ok. _ela se recolheu e ficou quieta no canto dela.
 Eu estava rezando quando finalmente o sinal tocou.



Minha semana foi horrível. A única pessoa do colégio que eu conversava era a Fernanda, mesmo assim só durante a aula. O resto dos alunos não estava nem ai se eu era rica ou não, passavam perto de mim e ainda me esnobavam. Eu estava sozinha, estava me sentindo sem chão.
O fim de semana passou rápido e minha rotina infernal voltou.
Na hora do intervalo peguei meu lanche e fui procurar uma mesa para sentar quando um idiota esbarrou em mim, fazendo com que meu lanche caísse na minha blusa.
- Seu idiota, não olha para onde anda não? _eu estava gritando.
- Desculpa, não tinha te visto. _ele respondeu debochando.
- Por que não vai a um oftalmologista?  Deve estar precisando de óculos. _estava todo mundo olhando. Esse era o momento de ficar popular.
- Escuta aqui garota você pode ser riquinha mais não é a dona do mundo. Essa mancha vai sair da sua blusa e não sei o porquê de tanto drama. Se você quer se aparecer aqui não é a sua praia. Todos são iguais e não é a versão da Barbie que vai mudar o nosso jeito de ser, se toca. _ele pareceu se estressar comigo.
- E você deve ser a versão do Tarzan, seu arrogante. _todos riram, e eu me senti poderosa.
- Cuidado que o Tarzan aqui pode quebrar seu salto Barbie. _os amigos gorilas dele começaram a rir de mim.
Não pensei duas vezes e joguei baixo.
Tinha uma garota do meu lado, e quando eu vi um copo de suco na bandeja dela não pensei duas vezes.
- E a Barbie aqui pode cortar seu cipó Tarzan. _joguei o copo de suco na cabeça dele.
Naquele momento eu me senti vitoriosa como sempre, todos estavam rindo do bichinho de esmagar com pedra.
“Acho que agora começo a reinar aqui.” Pensei e sai com um sorriso maléfico.



Depois de jogar um copo de suco na cabeça do Tarzan as pessoas começaram a me idolatrar. Todos falavam “oi” comigo.  Meu reinado no colégio estava começando e eu estava amando aquilo.
- Quer que eu leve sua bolsa Manu. _perguntou um garoto que estudava na minha turma.
- Deixe na minha carteira. _eu entreguei a ele.
- Nossa você está arrasando Barbie. _disse Fernanda.
- Não me chame de Barbie que eu me lembro daquele estrupício. _eu pedi a ela.
- Já fez o trabalho de biologia? _veio ela com assunto de nerd.
- Apesar de ficar conhecida no colégio inteiro a única pessoa que eu converso é você. Eu andei pensando e eu estou com umas roupas que não irei usar mais. Você tem a minha medida e com um corte da hora você vai ficar muito gata. Vai à minha casa amanhã na parte da tarde e leve o material de biologia, eu te ajudo no visual e você me ajuda com o trabalho. _conclui.
- Você acha que eu não me visto bem? _ela perguntou analisando.
- Acho. Essa blusa não tem nada haver com essa saia enorme que está parecendo a saia da minha avó e os sapatos estão bem desgastados.  _eu a analisei reprovando tudo.
Neste momento estava passando um garoto no corredor e notei que Fernanda deu uma olhada nele.
- Quem é? _perguntei curiosa.
- É o Chaz. _ela fez uma cara de frustração quando uma garota o abraçou.
- Ele é bonito. Você gosta dele? _fui direto ao ponto.
- Um garoto como ele nunca vai olhar para mim. Olha as roupas que ele veste, olha os amigos dele. Eu nem corro atrás para não me machucar de vez, eu sei o que os garotos daqui pensam de mim. _ela ficou muito deprimida.
- E quem foi que disse que amiga de Manu Bianchi é desprezada? Amanhã vamos dar um jeitinho nisso e esse Chaz vai correr atrás de você que nem cachorrinho. _eu sorri.
- Eu nem sei como agradecer. _os olhos dela encheram de lágrimas.
Depois daquele momento eu percebi que eu gostava daquele colégio e o mais bizarro eu tinha confiança em uma nerd e ainda iria ajudá-la. Talvez minha mãe tivesse razão, o colégio público iria me fazer bem.
Quanto ao garoto Tarzan eu não o vi mais depois do intervalo, talvez ele tivesse ido chorar no colo da mamãezinha.
Meu dia tinha sido maravilhoso. Não sei como mais eu não estava mais me sentindo sozinha.




- Justin Bieber. _eu disse em voz alta enquanto esperava a Fernanda.
- Paquera novo? _perguntou minha mãe entrando no meu quarto.
- Não, é um garoto do colégio que não tem bons modos, age como o Tarzan. _eu disse nervosa.
- Ele é bonito? _ela estava curiosa.
- Mãe me poupe né. _eu deitei na cama.
- Justin Bieber, parece nome de artista. _minha mãe se apaixonou pelo Tarzan sem nem conhecê-lo.
- Só se for artista de circo. _eu olhei para ela e nós começamos a rir.
Fernanda finalmente chegou e eu chamei minha mãe para ajudar no desafio de deixá-la irresistível.
- Pronta para o desafio Sophia? _perguntei para minha mãe rindo.
A tarde passou rápida e nós conseguimos transformar a Fernanda em uma Demi Lovato da vida. Ela ficou tão linda que eu nem estava reconhecendo.
- Nossa Manu você faz milagres. _ela estava se olhando no espelho pasma.
- Você já era bonita, só faltava dar um toque para ficar diva. _eu abracei ela.
- Que tal Nanda? _ela perguntou.
- Como assim? _eu vegetei na hora.
- Você gosta que as pessoas te chamem de Manu e eu vou exigir que me chamem de Nanda. _ela estava até com mais atitude.
- Começou bem, estou gostando de ver. _aprovei.
Depois de tudo conversamos, ela me falou de cada pessoa do colégio e eu dei dicas a ela de como agir e ainda sobrou tempo para o trabalho de biologia.






Pessoal este é o Justin Bieber e ele vai estudar nesta turma agora. _disse o Sr. Wagner.
Eu estava conversando com a Nanda e quando esta notícia veio aos meus ouvidos eu quase tive um treco.
- O que? _eu disse incrédula.
- Algum problema senhorita Bianchi? _perguntou o Sr. Wagner.
Eu fiquei quieta, mas aquilo não desceu.
- Na verdade eu tenho um problema sim Sr. Wagner. _eu disse me levantando da carteira.
- Pois bem, no que posso ajudá-la? _todos da sala olharam para mim.
- Este garoto pode desconcertar a turma. Por que ele não continuou na outra turma? _consegui dizer.
- Senhorita Bianchi o diretor Jason acha melhor que o Justin fique nesta turma, ele fez uma reunião com os professores e todos concordaram em trazê-lo para cá. Se isso for incomodá-la podemos levá-la para outra turma. _ele foi rude comigo.
- Não, nenhum problema. Seja muito bem vindo Tarzan… Quer dizer Justin. _eu disse com sarcasmo.
- Vou adorar estudar nesta turma, em especial com a Barbie que deve ter muitas coisas para ensinar como, por exemplo, quantos dólares ela gasta por dia trocando de cérebro. _ele tentou se aparecer.
- Vocês vão continuar discutindo aqui ou querem que eu reserve um lugar na diretoria? _perguntou o Sr. Wagner nervoso.
- Não vai ser preciso Sr. Wagner. _disse Justin.
- Pode continuar com a aula. _eu me sentei.
- Barbie. _Justin olhou para mim e disse.
- Tarzan. _eu fuzilei ele com os olhos.
Nunca em toda minha vida um garoto havia me tratado do modo como esse Justin me trata. Ele é arrogante e mal educado, não gosto dele. Ele me tira do sério e como se isso não bastasse ele sabe me provocar.
- Vamos? _chamou Nanda.
- Ã? _eu estava longe e não tinha noção do que estava acontecendo.
- Hello agora é a aula de educação física. _ela disse estalando os dedos.
- Eu não prestei atenção no sinal. _peguei minha bolsa.
No caminho para a quadra notei que Justin fazia amigo fácil.
- Qual é a desse garoto? _eu perguntei.
- Quem o Justin? _parecia que Nanda prestava atenção em mim.
- Ele é arrogante, ignorante, chato, idiota, dentre outras coisas. Ele se acha e algumas pessoas o idolatram. _eu desabafei.
- Ele é bonito e simpático, só age daquele jeito com você. _ela admitiu.
- Se é guerra que ele quer é guerra que ele vai ter. _eu era má.
Enquanto nos trocávamos no vestiário notei que Nanda estava com um sorrisinho.
- E ai, o que será que as pessoas estão achando do seu novo visual? _eu sorri.
- Não sei, mas ficam me olhando e eu fico sem graça. _ela ficou vermelha.
- E o Chaz? _perguntei.
- Ele ainda não me viu. _ela parecia nervosa.
- Calma. Quando ele te notar ele vai ficar de quatro, mas não baixe muito a guarda, mostre que você é decidida e difícil e em momento algum deixe ele notar a garota frágil que você é. _dei conselhos a ela.
Hoje na educação física iríamos jogar vôlei, o professor misturou meninos e meninas e Nanda e eu éramos do mesmo time.
Em questão de esporte eu não era ruim. Eu sempre pratiquei com meu pai diversos esportes e estava acostumada a ganhar.
Estava indo tudo bem, o meu time estava ganhando e o time do Tarzan perdendo. Eu sempre olhava para ele e debochava.
- Ai! _ eu gritei e levei a mão na barriga.
- O que foi? _perguntou Nanda.
- Estou com cólica e está doendo muito. _eu agachei fingindo dor.
- Não tem como continuar não? _perguntou o professor.
- Desculpa professor, mas o senhor não sabe como dói uma cólica. Eu não estou em condições. _eu estava merecendo um Oscar.
- Está liberada então. _ele me ajudou a levantar.
Não pensei duas vezes. Essa história de Barbie estava indo longe demais e o Tarzan merecia uma boa lição. Eu andava com spray de pimenta na bolsa caso algum bandido tentasse me assaltar e eu não fiz aquele drama todo só para sair da aula, eu queria algo a mais.
Fui ao vestiário feminino, peguei o spray dentro da minha bolsa. Depois verifiquei se não estava vindo alguém e fui até o vestiário masculino. Tranquei a porta e comecei a procurar a mochila do Justin. Não foi difícil de achar já que a mochila dele era preta com detalhe roxo.
Abri a mochila dele, a roupa que ele iria vestir estava no fundo.
- Isso vai ser hilário. _ eu comecei a rir e imaginar a cena.
Peguei a cueca que ele iria vestir e meu spray. Eu nunca tinha pegado nem na cueca do meu pai e estava mexendo na de um garoto que eu conhecia a uma semana, mas era por uma boa causa. Como a cueca era preta não iria parecer, então espirrei bastante spray nela.
Olhei no relógio e faltavam alguns minutos para o sinal tocar, então abri a porta do vestiário e saí como se eu nem estivesse entrado ali.


Já era hora do intervalo e eu estava na cantina esperando ele aparecer.
- Está procurando alguém? _perguntou Nanda.
- Nanda você está prestes a ver o maior espetáculo de todos os tempos, se prepare. _eu ri.
- O que você aprontou? _ela ficou assustada.
- Perto do que eu faço digamos que o que vai acontecer hoje é só uma amostra. _eu olhei com uma cara de má para ela.
-Estou ficando com medo de você. _ela demonstrou medo pelo tom que disse.
- Não se preocupe. Você é minha amiga e por enquanto não tenho nada contra você. _eu a acalmei.
- Melhorou a cólica? _ela estava preocupada.
-Minha cólica vai começar daqui a pouco… E vai ser cólica de rir. _eu já estava imaginando a cena.
Eu estava procurando ele quando finalmente o avistei com Chaz e eles estavam rindo.
- O espetáculo vai começar, venha. _saí puxando a Nanda.
Ele estava indo pegar a bandeja de lanche e só para provocar eu enfiei na frente dele.
- A Barbie pensa que pode ter tratamento vip? _ele puxou meu cabelo.
- Ah, desculpa. Eu não tinha te visto. _sorri sarcasticamente.
- Claro, seu ego não deixa você enxergar ninguém. _ele apelou para o sermão.
- O garoto que já passou por tudo nessa vida quer me dá lição de moral. _revirei os olhos.
- Você não sabe da minha vida para sair me julgando. _ele pareceu triste.
Nesse momento ele fez uma cara de tortura, ou talvez dor. Não sei o que foi, mas ele levou a mão naquela parte sensível dos garotos e começou a gritar.
- Droga! _ele estava segurando com força.
- O que foi cara? _Chaz perguntou.
- Está ardendo. _ele saiu correndo em direção ao vestiário.
Todos estavam morrendo de rir e eu adorando o espetáculo. Mais uma vez saí como vitoriosa.
- O que você fez? Conte-me tudo. _Nanda saiu me puxando e sentamos em uma mesa que estava desocupada.
Contei a história par ela que ficou boquiaberta com o que fiz.
- E o Chaz? Notou alguma diferença? _eu estava curiosa.
- Não sei, mas quando você e o Justin estavam discutindo ele me olhou. _ela ficou toda animada.
- Não mostre interesse. _eu disse.
- Por quê? _ela ficou confusa.
- Um segredinho. Os garotos gostam de quem os desprezam. _falei baixinho.
Ficamos ali conversando e eu notei que Nanda realmente era minha amiga, eu gostava da companhia dela, nós tínhamos o que conversar.
Bateu o sinal e fomos para aula de inglês.
Quando eu estava entrando na sala alguém puxou meu braço.
- Escuta aqui garota eu sei o que você fez. _Justin estava segurando meu braço com força.
- Fiz o que? _fingi não saber de nada.
- Não se faça de sínica, eu encontrei isso no chão do vestiário. _ele me mostrou o vidrinho de spray.
- E o que eu tenho haver com isso? _continuei fingindo.
- Patricinhas como você costumam andar com spray de pimenta na bolsa, isso explica muita coisa. _o rosto dele estava tão perto do meu e ele ainda estava gritando.
- Sr. Bieber e senhorita Bianchi poderiam se juntar a turma para começarmos a nossa aula? _pediu a Dona Matilde.
Entramos e ele estava me olhando com cara feia.
- Droga, ele descobriu. _eu disse para Nanda.
- Mas como? _ela perguntou.
- Eu deixei o spray no chão do vestiário. _eu estava falando baixinho para ninguém escutar.
Quando faltavam uns cinco minutos para o sinal tocar eu guardei minhas coisas. Meu plano era sair correndo em direção ao meu carro e acelerar.
Finalmente tocou. Saí disparada.
Quando eu estava chegando perto do meu carro senti as mãos dele nos meus braços novamente. Ele me deu um puxão tão forte que ele mesmo teve que me segurar para eu não cair.
- E então? _ele perguntou.
- Então o que? _continuei me fazendo de sonsa.
O colégio inteiro resolveu parar para ver a cena.
- Será que o Tarzan não tem noção que está me machucando não? _tentei me fazer de vítima.
- Será que a Barbie não pensou antes de colocar spray de pimenta na minha cueca? _ele estava muito nervoso.
- Tadinho, não era o pintinho que estava diminuindo ai começou a arder? _apelei.
Todos ao redor começaram a rir.
Ele me puxou para mais perto dele.
- Escuta aqui Barbie se você quer jogar sujo me aguarde. _ele estava tão perto de mim que pude sentir seu hálito.
- E o que você vai fazer? Mandar a sua quadrilha me bater? Estou morrendo de medo.sua quadrilha de skatistas contra os siguranças treinados pela Csia do meu Daddy _comecei a rir.
- Me aguarde Manuella de Viegas Bianchi Dickman. _o tom dele era de ameaça.
- É Manu. _eu me irritei.
- Tanto faz Barbie falsificada. _ele me empurrou.
Todos estavam olhando e lá foi ele com a turminha dele.
- O que será que ele vai fazer? _perguntou Nanda.
- Cão que ladra não morde querida. _eu pisquei para ela.
Cheguei em casa e minha mãe veio logo perguntando o que aconteceu.
- Mãe não foi nada. _eu disse quase cuspindo fogo.
- Você não é de se estressar fácil. _ela reparou.
- Eu vou matar aquele garoto. _eu disse indo para meu quarto.
Eu não conhecia Justin direito, então não poderia subestimá-lo. Será que ele seria capaz de aprontar algo comigo? Fiquei pensando no que talvez ele faria, mas todas as alternativas que vinham em minha mente era sequestro, espancamento, roubo.
- Isso já seria jogar baixo demais. _eu disse enquanto raciocinava.



Fui ao banheiro retocar minha make enquanto  o sinal não tocava.
- Aaaah! _eu gritei quando a porta do banheiro bateu com força.
Não me importei e continuei a olhar minha beleza no espelho.
- Como eu sou linda! _eu disse olhando o meu reflexo que estava deslumbrante.
Quando fui puxar a maçaneta notei que a porta não havia batido sozinha. Alguém fez aquilo de propósito e como se não bastasse me trancou ali dentro.
- Socorrooo! _comecei a gritar batendo na porta.
- Fique se olhando no espelho mais um pouquinho, às vezes você se toca no quanto é ridícula. _gritou Justin do lado de fora.
- Quando eu sair daqui vou te matar seu… Ah, te odeio Justin! _eu fiquei muito nervosa.
Escutei o sinal tocar e eu ainda estava presa no banheiro.
- Não. _eu disse olhando para uma das janelinhas que tinha no banheiro.
Eram muito estreitas. Tudo bem que eu era magra, mas daí caber em um buraquinho daquele seria um pouco impossível.
Como eu não podeira sair por baixo essa seria minha única solução. Joguei minha bolsa para o lado de fora e fui para o desafio.
Com muito custo consegui sair de dentro do banheiro pela janelinha. Ralei o joelho quando pulei, minha saia se sujou toda e meu cabelo ficou parecendo o da Ke$ha.
- Escuta aqui garoto você se acha o gostosão não é? Se você pensa que isso vai ficar assim está muito enganado. _eu disse entrando na sala e atrapalhando a aula da senhorita Margareth.
- Qual é Manu, andou limpando o pátio do colégio? _ele fez piadinha.
Todos na sala começaram a rir.
- Não presciso limpar a escola pq tenho dinheiro para compra-la ja você não- ri irronicamente
- Manu vai se sentar, por favor? _pediu a senhorita Margareth.
Eu me sentei não me conformando em ter saído por baixo nessa história.


Um mês havia se passado e minhas brigas com Justin aumentavam cada vez mais. Eu tinha que confessar que ele era um forte concorrente e sabia como me derrotar. Já havia virado rotina em minha vida todos os dias aprontar uma com ele, era divertido.
No fim de semana saí com meu pai para jogarmos golfe. Ele me perguntou se eu estava gostando do novo colégio e eu disse que sim, que eu estava me divertindo e aprendendo muito. Parece que ele ficou satisfeito com o meu progresso e resolveu voltar a me dar minha mesada.
Nanda continuava sendo a única pessoa de confiança, eu fazia questão de ter só ela como amiga. Nesses últimos dias notei que ela anda um pouco para baixo então estava pensando em algo para ajudá-la com Chaz, afinal eles só estavam precisando de um empurrãozinho e como o destino parecia estar ao meu favor quando eu estava disposta a ajudar alguém.
- E ai vocês não estão esquecendo da festa do Wallace amanhã não né? _perguntou Ryan para Chaz e Justin.
Eu estava no meu armário pegando o livro de história e eles parados no armário do Chaz que ficava um pouco perto do meu. A pergunta do Ryan me interessou e uma festa seria perfeita para aproximar Nanda de Chaz.
- Não sei não cara. _disse Chaz.
- Vai estar cheio de gatinhas lá. _disse Ryan todo animadinho.
- Se vai estar cheio de gatinhas eu vou então. _disse Chaz batendo no ombro esquerdo do Ryan.
- E você Justin? _perguntou Chaz.
- Estou dentro. _disse Justin e os três começaram a comemorar que nem gorilas.
Eu estava prestando tanta atenção na conversa deles que não notei quando Nanda se aproximou.
- Ah, que susto Nanda. _eu gritei deixando meu material cair no chão.
- Calma. _Nanda pareceu se assustar com meu susto.
- Você pareceu fantasma agora. _eu disse pegando meu material no chão.
- Não esquece de pegar sua cara de sínica ai no chão não. _disse Justin zoando da minha cara.
- Some daqui garoto. _eu joguei meu estojo dele, mas não acertou.
Eu ia ir nesta festa do Wallace de qualquer jeito e Nanda ficaria com Chaz, o problema seria convencer ela a ir.
- Nanda temos uma festa para ir amanhã. _eu disse sorrindo.
- Festa em plena quinta-feira? Na sexta temos prova de matemática e eu tenho que estudar, não poderei ir. _veio ela com papo de nerd quando não quer sair de casa.
- Querida Nanda, o Chaz vai estar nesta festa e lá estará cheio de garotas. _era só citar o Chaz que eu fazia a cabeça dela.
- Mas… _ela ia inventar uma desculpa, mas eu fui mais rápida.
- Mas nós iremos e você vai beijar aquela boca gostosa dele. _eu disse piscando para ela.
- Minha mãe não vai deixar eu ir. _ela parecia com medo.
- Quanto a isso eu irei dar um jeito. _eu já estava com a ideia em mente.
- Mas como iremos à festa se nem fomos convidadas? _ela perguntou confusa.
- E quem disse que não seremos? _eu disse puxando-a.
Wallace estudava na outra turma, o que eu teria que fazer era convencê-lo de nos deixar ir.
- Wallace, por favor? _eu estava quase chorando.
- Manu você é muito legal e tal, mas esta festa é do meu irmão e ele disse que eu só poderia chamar alguns amigos meus, lá só terá gente da faculdade. _ele explicou.
- Mas você eu não sou sua amiga?. _na verdade eu só havia conversado com ele uma vez e se isso valia a felicidade da Nanda o Wallace era sim meu amigo.
- Eu não posso fazer isso. _estava sendo difícil convencer ele.
- O que você quer em troca? _o meu caso foi partir para o suborno.
- O próximo fim de semana com seu carro. _ele estava com os olhos brilhando.
- Fechado. _estendi a mão para ele e enfim fizemos negócio.
- Mas por que você quer o carro dela? _perguntou Nanda.
- É que eu vou sair com uma gatinha e quero agradá-la. _ele respondeu a pergunta de Nanda.
Conseguir o ingresso foi fácil, agora eu iria pedir a mãe da Nanda para deixar ela dormir na minha casa para estudarmos para prova de matemática.


Para mãe da Nanda ela iria dormir na minha casa para estudarmos para o teste de matemática no dia seguinte, mas na verdade estávamos acabando de nos arrumar para sairmos. Já para minha mãe a Nanda foi dormir lá em casa para ir a festa, eu não contei para ela que teria um teste no dia seguinte.
- Vocês estão lindas! _minha mãe disse enquanto estávamos saindo na porta.
No caminho para casa do Wallace fui dando dicas para Nanda de como agir. Estaríamos no meio de alunos de faculdade e seria essencial termos uma atitude mais madura.
- Me deu um frio na barriga. _disse Nanda olhando para porta da casa do Wallace.
- Por incrível que pareça eu também estou. _eu disse saindo do carro.
Provavelmente os pais do Wallace foram viajar e o irmão dele resolveu fazer a festa, para não ser dedurado deixou que ele convidasse alguns amigos.
Wallace que atendeu a campainha. Ele estava com um sorriso no rosto e com uma cara de preocupação.
- Quem é maninho? _perguntou um garoto que provavelmente deveria ser o irmão dele.
- David essas são Manu e Nanda. _ele disse apontando para gente.
- Nossa você não tinha me dito que no seu colégio tinha gatinhas desse nível. _ele nos olhou de cima em baixo.
- Entrem meninas. _disse Wallace.
- Divirtam-se. _David disse pegando na minha mão, só que eu soltei.
As garotas da faculdade que estavam na festa eram lindas, bronzeadas e se vestiam muito bem. Os garotos eram fortes e também eram bem vestidos.
- Cadê ele? _perguntou Nanda olhando para todos os lados.
- Pare de procurar. Se ele notar que você veio a festa por causa dele irá te esnobar. _saí puxando ela pelo braço.
Tinha uma galera do lado de fora da casa, eles deveriam estar na piscina. Como Chaz não estava dentro da casa deveria estar do lado de fora.
- Não repare ninguém, apenas dance. _pedi a ela.
Fomos para o lado de fora rindo e dançando quando finalmente avistamos ele.
- Aaah, ele está aqui. _Nanda quase deu um treco.
- Não dê bandeira. _belisquei ela.
Ficamos paradas dançando e Chaz e os amigos dele nos avistaram e vieram andando em  nossa direção.
- O que eu faço? _perguntou Nanda.
- Continue dançando. _eu disse olhando para o outro lado.
- Acho que vocês erraram de festa, a matinê não é aqui. _Justin começou a me estressar.
- Então o que você está fazendo aqui bebê? _retribui.
- Vocês estão lindas. _disse Chaz nos elogiando.
- Obrigada. _respondi cutucando Nanda que parecia que ia dar um infarto ali.
Justin, Chris e Ryan saíram para pegar refrigerante e Chaz ficou ali conversando com a gente.
Chaz além de bonito sabia elogiar uma garota, eu mesma estava encantada com a educação que ele estava nos tratando. Ele e Nanda não paravam de trocar olhares e eu fiquei ali segurando vela.
A minha parte estava feita, agora o resto era com os dois.
- Vou ir ao banheiro retocar minha maquiagem. _eu disse saindo.
Claro que eu não fui ao banheiro, fiquei olhando eles de longe e Chaz levou Nanda para um lugar mais sossegado onde eles sentaram e foram se desenrolando.
Decidi não ficar olhando, esse era um momento dos dois e depois ela me contaria tudo mesmo. Saí para pegar um refrigerante.
- Olha aquela gatinha ali. _escutei um cara que estava atrás de mim dizendo.
- Ela é gostosa, vai chegar nela? _o amigo dele perguntou.
Eu não sabia se eles estavam falando de mim, mas eu queria sair dali o mais rápido possível.
- Calma gata, eu não vou te morder. _ele segurou no meu braço.
- Me solta. _eu pedi.
- O David não deve se importar de emprestar o quarto dele para nós. _ele chegou a boca dele perto do meu ouvido. Parecia estar bêbado e drogado.
- Eu não quero nada com você. Solta que você está me machucando. _tentei me soltar.
- Calma, eu ainda nem comecei. _ele levou a mão que estava desocupada na minha cintura.
- Me solta. _eu pedi de novo quase chorando.
Ele era mais forte do que eu e estava impossível me livrar da mão dele. As pessoas por perto estavam todas bêbadas e nem sabiam o que estava acontecendo.Eu estava em uma enrascada.
- Vamos subir. _disse ele me puxando.
- Por favor, me solta. _a primeira lágrima escorreu. Não aguentei.
- Solta ela. _pediu alguém. Reconheci a voz e era Justin.
- Qual é cara, vai procurar outra mina pra tu. _disse o carinha que estava me puxando.
- Ela está comigo. _Justin disse com firmeza me puxando pela cintura.
- Mas não estava. _o cara disse em um tom de ameaça.
- Não se pode deixar a namorada sozinha por um minuto que vocês já pensam que pode cair matando. Vai procurar outra para você que essa já tem dono. _Justin me puxou para mais perto dele.
- Cara está cheio de gatas aqui, não precisa brigar por uma menininha que provavelmente é virgem. _disse David entrando na discussão.
Justin saiu me puxando e fomos para perto da piscina.
- Obrigada. _eu agradeci.
- Olha, a Barbie aprendeu a agradecer. _ele ainda estava sério.
Nesse momento eu não queria começar uma discussão com ele. Eu queria apenas saber o por que dele ter me ajudado sendo que ele não me suporta.
- Por que você me ajudou? _eu disse com uma voz mais leve, mais notei que eu estava com uma expressão de confusa.
- Eu não fiz isso pensando em te ajudar. Sinceramente, não sei o que veio fazer nesta festa. _ele não respondeu minha pergunta.
- Qual é a sua? _fiquei mais confusa ainda.
- Eu tenho que ir embora. _ele me deixou no vácuo.
Eu não iria aguentar até o outro dia para ouvir uma resposta dele, fui atrás.
- Justin. _ele não parou, nem sequer olhou para trás quando gritei.
Tirei meu sapato de salto e comecei a correr. Quando ele ia ligar o carro para sair eu entrei.
- Eu quero ir embora, será que você poderia sair do meu carro? _ele estava nervoso.
- Não saio enquanto você não responder minha pergunta. _cruzei os braços.
- Você é insuportável. _ele colocou as mãos na cabeça.
- Se eu sou insuportável então por que você me ajudou? _eu insistia.
- Por isso. _ele se aproximou de mim.
Não deu tempo de pensar, os lábios dele já estavam devorando os meus. Naquele momento milhares de coisas se passaram pela minha cabeça. Eu não estava conseguindo resistir, pelo contrário, eu queria mais, porém meu orgulho falou mais alto.
- Me solta seu projeto de gente. _eu disse empurrando ele e passando a mão na boca.
- Você nunca vai mudar. Você não tem capacidade de gostar das pessoas, apenas as fazem de robô assim como faz com a Nanda. _essa foi a resposta dele quanto a minha atitude.
- Você não sabe dos meus sentimentos. _eu disse com a voz entrecortada.
- Você nem tem sentimentos. _ele ligou o carro.
- Eu te odeio Justin Bieber. _eu gritei batendo a porta do carro.
Aquelas palavras doeram e como impacto comecei a chorar. Eu não queria admitir, mas ele mexia comigo em todos os sentidos.
- Nanda vamos embora. _eu a chamei.
- Mais já? _ela parecia estar amando a festa.
- Amanhã temos prova de matemática esqueceu? _esse era o único jeito de convencê-la.
Não dormir direito à noite, o beijo que Justin me deu não saia da minha cabeça e toda hora eu ficava reprisando ele em minha mente.

Todos na sala pareciam nervosos para o teste de matemática, mas Nanda era a que mais demonstrava. Como sempre várias pessoas me passaram a resposta e eu saí calma da sala após terminar de fazer.
Durante o intervalo meu olhar encontrou com o olhar de Justin e na mesma hora os dois olharam para baixo. Eu queria ir até ele e perguntar por que ele me beijou, mas eu não queria que as pessoas soubessem do acontecido, então fiquei quieta na minha.
No fim de semana fui dormir na casa da Nanda e foi divertido. Fizemos meio que uma festinha do pijama onde uma fez a unha da outra, arrumamos o cabelo, vimos filme.
Nanda contou tudo sobre a festa. Ela disse que Chaz beija muito bem e que ele havia chamado ela para ir jogar boliche na quarta-feira depois do colégio. Como sempre fiz Nanda feliz mais uma vez.
Falar de beijo me lembrava Justin.
- Eu odeio aquele garoto. _eu disse nervosa.
- Quem o Justin? _perguntou Nanda.
- Não me fale esse nome. _eu pedi a ela.
- Vocês formam um casal tão bonitinho. _ela brincou com a minha cara.
Eu estava com um travesseiro na mão e não pensei duas vezes. Tampei nela.
- Você só fala coisas que não prestam. _eu disse me defendendo dela que estava devolvendo o travesseiro em mim.
- Você já parou para pensar que esse ódio que vocês têm um pelo outro pode ser uma paixão avassaladora? _ela começou a rir.
- Nanda eu te mato. _eu disse correndo atrás dela.
Fomos dormir e as palavras de Nanda ficaram na minha cabeça.
“Eu estava me aproximando do altar linda como sempre. Todos ao redor me olhavam e eu estava me sentindo uma princesa, só que porém quando olhei para o altar vi ele de pé. ‘Aceito’ eu disse. Quando Justin se aproximou para me beijar eu acordei assustada.”


Acordei animada para o colégio. Eu estava ansiosa, porém não sabia o motivo de tanta ansiedade.
Meu dia estava indo bem. O único problema é que eu estava sentindo falta das minhas briguinhas com Justin. Sempre que havia um encontro nosso no corredor um fugia do outro.
- Manuella olha o que você fez. _chegou Nanda nervosa no intervalo.
- O que é isso? _perguntei olhando para a folha que ela estava me mostrando.
- O meu teste de matemática. _disse ela em um tom mais alto.
Eu não estava entendendo o estresse por causa de uma nota.
- Você está vendo? _ela apontou o dedo para nota dela.
- Você tirou oito Nanda. Que legal, eu tirei sete. _eu disse comparando minha nota com a dela.
- Eu não sou aluna de tirar oito, minha média sempre foi dez e você acha isso legal? _Nanda estava muito nervosa.
Era impossível as pessoas não perceberem que Nanda estava discutindo comigo. Todos ao redor pararam para ver, inclusive Justin e os amigos dele.
- Nanda isso é só uma nota. Um oito vai fazer o mundo acabar? Eu tirei sete e não estou reclamando. _eu disse em minha defesa.
- Para você nada faz diferença. Sempre teve do bom e do melhor e seu pai pode bancar sua faculdade. Se toca Manu. As pessoas daqui não são como você, não nascemos em berço de ouro e se quisermos entrar em uma faculdade nossas notas tem que ser as melhores. _as palavras dela doeram em mim.
- Não precisa de tanto drama Nanda. _eu estava sem palavras para me defender.
- Vê se quando chegar em casa se olhe no espelho e veja o monstro que você é. Você não está nem ai para os sentimentos das pessoas e pisam nelas como se fossem bichinhos de esmagar. Você nunca será capaz de gostar de alguém. _os olhos dela estavam cheios de lágrimas.
- Não é verdade. _eu me defendi.
- Ah não? Você pensa que as pessoas são fantoches que você pode manipular o tempo todo. _Nanda estava se saindo por cima.
- Você não sabe o que está dizendo. _minha voz saiu falhando.
- Você não tem coração. _ela me empurrou e saiu.
Meu mundo desabou naquele momento. Eu nunca fui tão humilhada em toda minha vida. Nanda estava muito chateada comigo e o pior nem era isso, o pior era que ela já era a quarta pessoa que falava que eu não estava nem aí para os sentimentos dos outros.
Todos estavam parados me olhando e notei que lágrimas começaram a escorrer dos meus olhos.
- O que vocês estão olhando? Perderam alguma coisa aqui? _perguntei nervosa.
- Qual é garota, caia na real que você perdeu a moral aqui. _disse uma garota do segundo ano.
Todos estavam me olhando e rindo. Me senti em um purgatório naquele momento. Não pensei duas vezes e saí correndo para a quadra do colégio onde não havia ninguém.
O sinal tocou e não voltei para sala, fiquei ali chorando e pensando nas palavras que Nanda me disse.
“Será que eu era mesmo incapaz de amar alguém? Eu era mesmo uma pessoa má?” Me perguntei.
Eu amava meus pais e também amava Nanda. Ela era minha melhor amiga como outras nunca foram. Eu sempre ajudei as pessoas e ela foi uma que sempre pôde contar comigo.
- Viu? Não foi preciso eu quebrar seu salto. Você fez isso muito bem sozinha. _disse Justin.
- Tudo que eu menos preciso agora é de suas implicâncias garotos. _eu disse limpando minhas lágrimas.
Justin parecia não se importar se eu queria ou não a presença dele, sentou-se do meu lado.
- O que você quer? Me humilhar mais ainda? _comecei a me estressar com a presença dele.
- Pensei que você fosse querer conversar com alguém. _ele disse tranqüilamente.
- E por que eu iria querer conversar com você? _fiquei confusa.
- Porque você está em dúvida se é capaz de amar alguém e está querendo descobrir? _ele deu um sorriso.
Eu nunca tinha reparado no sorriso dele. Quando Justin sorriu minha mente pareceu clarear, era como se o sorriso dele fosse a porta para o paraíso.
- Não entendi. _eu disse com uma cara de tosca.
- Vamos descobrir se você é capaz de sentir algo por isso. _ele levou a mão no meu cabelo tirando os que estavam cobrindo o meu rosto e foi se aproximando.
Não me desviei, pelo contrário me aproximei mais ainda dele. Meu coração acelerou e eu comecei a sentir um friozinho na barriga, coisa que eu nunca tinha sentido por ninguém. Eu não queria que aquele beijo acabasse eu queria que o tempo parasse ali naquele momento. Desta vez não o empurrei, deixei-o terminar e acho que ele percebeu que eu não queria que terminasse. Para me deixar com vontade de “quero mais” Justin deu uma mordidinha nos meus lábios e continuou com o rosto perto do meu, eu estava com os olhos fechados, apenas sentindo aquele momento. Quando abri os olhos ele estava sorrindo e junto com o sorriso ele deu uma mordidinha nos lábios.
Fiquei sem palavras quanto à cena acontecida, eu não queria dizer “não gostei” quando na verdade ele percebeu que eu queria mais. Minha solução foi o silêncio e ele também ficou em silêncio percebendo minha reação. Eu olhava para todos os lados tentando encontrar uma forma de não encontrar o olhar dele. Aquela situação estava sendo constrangedora. Depois de meses brigando ele estava me beijando e o pior era que eu estava gostando.
- Vou ir para sala de aula. _eu disse me levantando e quebrando o silêncio.
- Manu. _ele segurou minha mão.
Parei, mas não me virei para ele.
- Sentimentos você tem, o que você não tem é capacidade de demonstrá-los. _ele disse.
Fiquei quieta e ele soltou minha mão.
Entrei na sala de aula e Nanda não estava com uma cara muito boa. Achei melhor me sentar sozinha, então fui para uma das últimas carteiras que estava vazia.
Justin não voltou para sala, deveria ter ido embora e aquilo me deixou triste.



- Manu, vamos para Paris neste fim de semana. Terá um desfile muito importante e estão contando com minha presença. _disse minha mãe enquanto eu escovava os dentes para dormir.
- Legal. _notei um tom de tristeza na minha voz.
- Já está tudo pronto, partiremos na quinta-feira a noite. _ela estava toda empolgada.
- Mãe agora eu tenho que dormir. Boa noite! _eu disse me deitando.
Ela estava tão empolgada com Paris que não notou minha tristeza. Talvez seria uma boa ideia ir para outro país neste momento.
Fiquei pensando em como me desculpar com Nanda até adormecer.
No dia seguinte sentei isolada do resto da turma novamente. Estava na cara que Nanda não queria mais minha presença.
- Com licença Sr. Wagner. _disse Justin que acabará de chegar atrasado.
Não sei como mais os olhos dele me encontraram lá atrás abandonada. Ele se sentou, mas toda hora arrumava uma desculpa para olhar para trás.
- Turma, tenho uma boa notícia para vocês. _disse o Sr. Wagner.
- Amanhã é a formatura e todos foram aprovados. _brincou Fred.
- Não Fred, vocês ainda não se livraram de mim. _disse o Sr. Wagner rindo.
Eu não fazia ideia do que era, mas quando se trata de colégio e dizem que tem uma notícia boa certamente querem ferrar os alunos.
- Conversei com o diretor e disse a ele que alguns de vocês estão precisando de nota na minha matéria. Para ajudá-los eu sugeri um acampamento neste próximo fim de semana onde irei mostrá-los o outro lado da biologia. Essa será a chance de vocês se recuperarem. _Sr. Wagner começou a explicar.
- Pelo amor de Deus, passar o fim de semana no meio do mato? _escutei Ashley reclamando com Marie.
- Mas a turma inteira vai ter que ir nesse acampamento? _perguntou Justin.
- Não Sr. Bieber, só os que estão precisando de nota. _respondeu o Sr. Wagner.
- Mas por que acampamento? _Fred finalmente fez uma pergunta que importasse.
- Porque iremos nos interagir com a natureza. Biologia não se aprende somente dentro da sala Fred. _Sr. Wagner respondeu.
- E quem são os alunos que estão precisando? _perguntou Nanda.
O Sr. Wagner começou a falar o nome dos alunos e eu fiquei rezando para o meu não está. No próximo fim de semana irei para Paris com minha mãe.
- Mas eu não posso acampar neste fim de semana. _eu disse protestando depois que ouvi meu nome.
- E por que não? _perguntou o Sr. Wagner.
- Irei viajar com minha mãe para Paris na quinta-feira à noite, neste fim de semana não estarei no país. _respondi e notei que muitos alunos começaram comentar.
- Não posso fazer nada pela senhorita. A escolha é sua, ou Paris ou acampamento. _essa foi à única resposta dele.
No intervalo sentei sozinha em uma mesa. Que irônico, no meio de tantas pessoas eu estava sozinha.
Comecei a lembrar do fim de semana que fui dormir na casa da Nanda. Começamos a falar sobre viagens. Eu contei a ela os lugares e países que eu já tinha ido, e disse o quanto Paris era linda. Nanda me contou que nunca saiu do país, que as únicas viagens que fez foi de um estado para o outro. Não sei por que comecei a lembrar dessa conversa, só sei que tive uma ideia. Peguei meu celular e liguei para minha mãe dizendo que eu teria que ir para um acampamento. Ela ficou triste, mas eu contei que Nanda não estava conversando comigo e que eu queria dar um presente a ela para me desculpar. Minha mãe como sempre aceitou e disse que iria me ajudar.
Quando o sinal tocou para aula acabar peguei meu celular e liguei para minha mãe de novo. Ela disse que estava tudo certo e que eu poderia dar o presente a Nanda. Eu a agradeci e saí correndo para procurar Nanda.
Ela estava no armário dela guardando os livros.
- Nanda, posso falar com você? _eu pedi.
- Já está falando né. _ela ainda estava muito chateada.
- Então, depois de amanhã eu tenho que ir para Paris com minha mãe. _comecei a falar.
- E o que eu tenho haver com sua incrível viagem a Paris? _ela bateu a porta do armário dela e todos que estavam passando parou para olhar.
Antes de contar para Nanda eu estava precisando desabafar, dizer algo que estava engasgado.
- Nanda, eu queria que você soubesse que você foi minha única amiga em toda minha vida. Eu sempre estava cercada de pessoas que se diziam minhas amigas, mas na realidade elas só se aproximavam de mim pelo que eu tinha e não pelo que eu era. Depois que eu cheguei aqui eu vi que vocês eram diferentes, em especial você que se tornou minha amiga sem pedir nada em troca. Eu me apeguei muito a você Nanda e queria que ninguém te magoasse e se eu fiz o que fiz foi pensando na sua felicidade. Eu não sou essa pessoa egoísta que vocês pensam, eu tenho sentimentos sim, mas meu orgulho não deixa demonstrar. Depois que comecei a estudar aqui aprendi tantas coisas com vocês. Aprendi que a amizade não se compra e que se queremos ter amigos de verdade devemos conquistar e foi o que você fez comigo Nanda, você conquistou minha amizade. _as lágrimas começaram a rolar pelo meu rosto quando eu terminei de dizer.
Quase que o colégio inteiro escutou meu discurso e começaram a aplaudir.
- Você também conquistou minha amizade. _disse Nanda me abraçando com tanta força.
- Eu não aguentava mais ficar sem conversar com você. _confessei.
- E você acha que eu estava me sentindo como? Desculpa as palavras que te disse naquele dia, eu estava nervosa com minha nota e descontei em você. Depois eu parei para refletir e você só tinha me ajudado, eu me diverti muito naquela festa e isso foi graças a você. _ela estava chorando mais que eu.
Eu estava me sentindo tão aliviada de ter dito aquelas palavras para Nanda, era como se um peso tivesse saído das minhas costas.
- E a viagem? Você começou falando mais não concluiu. _Nanda era muito atenta e não deixava nenhum assunto para trás.
- Paris a cidade mais romântica do mundo. Não se esqueça de trazer uma lembrança para mim. _parei e fiquei olhando a reação dela.
- Como assim? _ela arregalou os olhos.
- Minha mãe irá passar na sua casa para os seus pais assinarem uma permissão deixando você viajar para fora do país. A cidade é linda como eu te disse da outra vez e você vai amar conhecer a Torre Eiffel.  _eu estava sorrindo.
- Espera ai, a ficha não caiu. _ela não absorveu toda informação.
- Eu irei acampar e não quero deixar minha mãe aproveitar Paris sozinha, como eu confio muito em você acho que será a companhia perfeita para ela. _eu expliquei.
- Aaaaaaaaaah, eu te amo Manu. _Nanda pulou no meu pescoço.
Depois de tudo voltamos a sentar juntas nas aulas e eu não parava de contar sobre Paris para ela. Na quinta-feira Nanda estava toda animada e disse que já estava com tudo pronto para a viagem à noite.
Minha mãe e minha melhor amiga estavam felizes e isso também me deixava feliz. Porém fiquei a noite inteira pensando no Justin.
Depois que ele me beijou não voltou a falar comigo e eu também não falei com ele. “Será que ele estava me usando e não queria nada comigo? E se aquilo era apenas mais uma vingança dele? E se ele inventar para o colégio inteiro que meu beijo é ruim?” Fiquei com essas perguntas.


Idiota. _eu disse olhando para Justin que estava perto do ônibus conversando com Ryan.
Cheguei a conclusão de que ele estava querendo aprontar comigo de novo e como minha intuição não falha irei ficar de olhos abertos.
O Sr. Wagner estava conferindo as autorizações e pedindo aos alunos que entrassem no ônibus.
A viagem foi cansativa até chegarmos no local do acampamento.
Eu estava sentindo falta da Nanda. Sem ela eu ficava muito sozinha e naquele lugar então.
- Vocês terão uma hora para montar a barraca de vocês, depois sairemos para explorar a natureza. _disse o Sr. Wagner.
Demorei um tempinho para montar minha barraca e se não fosse a ajuda de Fred eu acho que teria que dormir ao relento com os bichos.
- Estão prontos para explorar a natureza? _perguntou o Sr. Wagner.
Claro que ninguém queria estar ali. Todos estavam com cara de sono e raiva, em especial eu que poderia estar em Paris.
Entramos em uma trilha e logo no começo comecei a reclamar.Andamos por uma hora sem parar, até que encontramos um lugar apropriado para descansar.
- Eu não disse que seria divertido? _o Sr. Wagner parecia todo animado.
- Nossa estou me divertindo muito. _disse Ryan em um tom sarcástico e se sentando em uma pedra.
- Sr. Butler anime-se! Ainda temos muita diversão pela frente. _Sr. Wagner deu um tapinha nas costas de Ryan.
- Se temos. _Justin cutucou em Ryan e eles começaram a rir.
Eu não gostei do “se temos” que Justin disse. Ele deveria estar aprontando algo. Estávamos em uma floresta e seria fácil para ele fazer isso.
- Claro que tem diversão para você. Deve ter uns cipós ali na frente. Por que não vai pendurar neles? _eu o fuzilei com os olhos.
Justin me olhou confuso, mas não respondeu nada.
Ficamos uns quinze minutos ali descansando e depois voltamos a explorar novamente.
- O que você tem? _perguntou Justin baixinho me puxando pelo braço.
- Escuta aqui garoto, se você pensa que eu sou otária de cair na sua conversa está enganado. Eu sei o que você está querendo fazer e não vou cair nessa. _eu disse.
- E o que eu estou fazendo? _ele ainda estava falando baixo.
- Eu sei que você está me usando e que aquele beijo faz parte de alguma brincadeira boba que você está aprontando. _eu disse tirando a mão dele do meu braço.
- Eu vejo que você realmente não tem cérebro garota. _ele disse.
- E eu vejo que você não tem senso. _cruzei os braços e fiquei de costas para ele.
- Eu sei que você gostou do beijo que te dei. Quer outro? _ele parecia estar rindo.
- Eu gostei do seu beijo? Vê se você se toca. Eu preferiria beijar um macaco. _eu me virei para ele.
É claro que ele beijava bem, mas eu não ia dar o braço a torcer e me entregar a ele.
- Tem certeza? _ele disse se aproximando de mim.
- Não dê mais nenhum passo. Eu não posso te beijar. _eu fiquei sem saber o que fazer e comecei a me afastar até que senti o tronco de uma árvore atrás de mim. Fiquei sem saída e ele estava se aproximando.
- Não pode, mais quer. _ o rosto dele estava a uns  dois centímetros de mim.
- Me solta. _sussurrei.
- Tem certeza? _ele estava sorrindo.
Era impossível não resistir. Os lábios dele estavam chamando os meus e como se isso não bastasse o sorriso dele me deixava hipnotizada.
- Não. _eu disse olhando nos olhos dele.
Justin me beijou com mais intensidade e quando os lábios dele se afastaram dos meus eu quis pedir mais, só que porém a trégua terminou.
- Eu sabia. _ele disse se afastando de mim.
- Sabia o que? _eu estava recuperando o fôlego.
- Que você iria querer mais depois que eu parasse de te beijar. _ele riu de mim.
- Para de se achar garoto. Esse foi apenas um ato de fraqueza da minha parte. Vê se eu iria ficar por ai beijando qualquer um. _era impossível ficar sem provocar Justin.
- Eu tinha me esquecido. Você estuda em colégio público mais é patricinha e garotas como você só saem com garotos do mesmo nível. _ele saiu andando nervoso.
Eu perdi a noção do tempo e fazia uns dez minutos que eu e ele estávamos ali discutindo. A turma já deveria estar longe.
- Você não sabe da minha vida para sair falando. _eu disse com as mesmas palavras que ele me respondeu um dia.
- Não estou conversando com você. _ele estava andando rápido.
- Será que dá para você me esperar? _eu pedi.
- Então anda rápido para alcançarmos o Sr. Wagner com a turma. _ele parou para me esperar.
Andamos uns quinze minutos e não alcançamos a turma. Justin estava andando rápido e eu estava cansada de acompanhar ele, mas o pior não foi isso.



Chegamos em um certo ponto que havia duas trilhas, uma para o lado esquerdo e outra para o lado direito.
- E agora? _eu disse colocando a mão na cintura.
- Vamos por aqui. _ele disse apontando para a direita.
- É melhor irmos por esta. _eu disse discordando dele.
- Então vai por aí que eu vou por aqui. _Justin saiu andando.
- Claro que eu não vou ficar sozinha. _fui atrás dele.
- Então eu sou alguém para você? _ele pareceu dizer para si mesmo, mas eu escutei.
- Bobo você entendeu o que eu quis dizer. _revirei os olhos.
Seguimos em silêncio, a única coisa que se ouvia era o barulho dos pássaros voando das árvores e o esmagar das folhas quando pisávamos no chão.
Andamos muito tempo e a única coisa que encontramos foi floresta e mais floresta. Não chegamos a lugar algum e parecia que estávamos indo mais ainda para dentro daquele mar verde e imenso de árvores.
- Eu disse que deveríamos ter ido pela outra trilha. _quebrei o silêncio.
- Eu disse para você ir, não foi porque não quis. _ele parou e se virou para mim.
- Deveria ter ido mesmo, assim não ficaria aqui suportando você. _cruzei os braços.
- É melhor pararmos por aqui. _ele disse colocando a mochila no chão.
- Podemos voltar. _sugeri.
- E perder mais ainda? _ele pegou uma garrafinha de água e começou a tomar.
Ele tinha razão, se voltássemos correríamos o risco de nos perder. O melhor era ficar ali e esperar por alguém.
- E se anoitecer e não aparecer ninguém? _perguntei.
- Já está anoitecendo. Acho bem difícil aparecer alguém. O melhor é procurar um lugar mais seguro para ficar. _ele disse olhando entre as árvores.
Eu não sabia se Justin já tinha acampado antes, mas ele parecia entender do assunto.
- Vem. _ele disse pegando minha mão.
Não perguntei o que ele estava planejando, só o segui. Por fim andamos mais alguns minutos e encontramos um lugar que parecia um pouco apropriado para passar aquela noite. Tinha uma pedra e um lugar vago onde provavelmente era um local para se acampar.
- Aqui parece um pouco seguro. _ele olhou em volta.
Justin acendeu uma fogueira e foi o suficiente para clarear um pouco o local onde estávamos.
Sentei-me perto da fogueira para esquentar e Justin sentou-se também, só que do outro lado. Fiquei reparando e eu nunca tinha notado o quanto ele era lindo e até mesmo charmoso.
- É melhor dormirmos. _disse ele.
- Como? _fiquei confusa.
- Deita no chão e faz a mochila de travesseiro. _ele já estava se deitando e ajeitando a mochila.
“Nanda está em Paris aproveitando horrores e eu aqui pensando se deito ou não nesse chão.” Pensei.
Não tive outra escolha, deitei. Eu estava com frio, desconfortável e com medo, então fechei os olhos e tentei pensar em coisas boas para conseguir dormir. Não deu certo. Escutei um barulho vindo do lado que eu estava e imediatamente abri os olhos.
- Justin. _eu o chamei baixinho.
- Pensei que você já estivesse dormindo Manu. _ele respondeu do outro lado da fogueira.
- Estou com medo. _confessei. Justin não viu, mas meus olhos estavam cheios de lágrimas.
Ele ficou em silêncio. Pensei que tinha até dormido, mas percebi que não quando o escutei sentar-se. Eu continuei deitada, estava com muito medo.
- Vem para cá. _ele me chamou.
Está certo que ele era um garoto, mas eu estava com medo e nada mais me importava. Peguei minha mochila e fui para o outro lado da fogueira.
- Você estava chorando? _ele perguntou reparando no meu rosto.
- Quase. _eu disse sorrindo.
- Desculpa. _ele estava com uma cara de frustração.
- Desculpar o quê? _fiquei confusa.
- Deveríamos ter ido pelo outro lado, você estava certa. _ele admitiu.
Eu não queria brigar com ele e talvez aquela fosse uma chance para tentarmos fazer as pazes de vez.
- Está sendo divertido ficar aqui. Depois podemos fazer um relatório completo sobre a floresta para o Sr. Wagner e ainda ganharemos um dez. _eu disse.
Ele olhou para mim e nós começamos a rir.
- Que situação estranha. Nunca me imaginei perdido em uma floresta com você. _ele jogou um graveto na fogueira.
- É quando não imaginamos que as coisas acontecem. _eu disse olhando para o chão.
Veio uma brisa e eu cruzei os braços tentando me esquentar.
- Está com frio? _ele perguntou.
- Um pouco. _eu menti. Eu estava morrendo de frio.
Justin não disse nada, apenas começou a se aproximar mais de mim e quando fui perceber os braços dele estavam me envolvendo. Ele estava quente, pois estava de blusa de frio. A fogueira junto com ele me envolvendo estava dando certo, o frio começou a diminuir.
- Está melhor? _ele perguntou.
- Ahã. _foi a única coisa que consegui dizer.
O silêncio tomou conta até que Justin resolveu falar alguma coisa.
- Por que você teve que ir estudar em um colégio público sendo que seus pais podem pagar um particular para você? _ele pareceu interessado em ouvir.
Contei toda história para ele, inclusive o jeito como tratei a Raquel.
- Então você era bem pior. _ele disse depois que terminei de contar.
- Você acha que eu ainda sou má? _perguntei.
- Depende. _notei que ele estava com um meio sorriso.
- Como assim depende? _olhei para ele.
- Quando você está com medo você é boazinha, do contrário… _ele não terminou de falar.
- Eu não sou a mesma Manu, depois que te conheci comecei a mudar. _eu estava sendo franca.
- Então eu sou o grande responsável pela sua mudança. _ele sorriu.
- Convencido. _dei um empurrãzinho nele.
- Barbie. _ele sussurrou em meu ouvido.
- Estou com medo, e se fogueira apagar? _eu disse olhando para o fogo.
- Não se preocupe estou aqui para te defender._ele me apertou.
- Por incrível que pareça me sinto segura em seus braços. _confessei sorrindo.
- Então essa é a verdadeira Manu? _ele perguntou.
- Eu sempre fui essa Manu, só não sabia como mostrar para as pessoas. _eu disse.
- Até que eu te ensinei. _ele completou.
Fiquei em silêncio analisando aquelas palavras. Justin estava certo, quem me ensinou a demonstrar os sentimentos foi ele. A única pessoa que teve capacidade de me desafiar e mostrar o monstro que eu era foi ele.
- Por que você me odiava tanto? _perguntei.
- Eu não te odiava, apenas não suportava o modo como você tratava as pessoas. Eu implicava com você porque era divertido, e era uma maneira de chamar sua atenção. _ele pareceu lembrar-se de alguma brincadeira de mau gosto e começou a rir, mas não liguei.
- Foi divertido. _me lembrei do spray de pimenta na cueca dele.
- Então quer dizer que nossas guerrinhas acabaram? _ele pareceu querer ver minha expressão.
- Da minha parte sim, e da sua? _eu olhei para ele.
- Com uma condição. _ele mordeu os lábios.
- Qual? _perguntei.
- Essa. _ele disse me beijando.
Estávamos perdidos em uma floresta, com uma fogueira acesa e ele me aquecendo. Meu medo foi todo embora e eu estava me sentindo aliviada por termos feito as pazes. Ficamos conversando por um bom tempo. Justin me contou um pouco sobre a vida dele e eu contei a ele um pouco sobre a minha e era incrível como estávamos nos dando bem.
Por fim ficamos com sono e deitamos ali no chão mesmo. Justin me abraçou para que eu não sentisse frio. Fechei os olhos fiquei em silêncio até que adormeci.


Acordei com uma claridade em meu rosto e quando abri os olhos levei um susto e levantei em desespero.
- Justiiiin. _comecei a gritá-lo.
Ele demorou um pouquinho para aparecer.
- O que aconteceu Manu ? _ele estava preocupado.
- Eu pensei que você estivesse ido e me deixado aqui sozinha. _eu disse pulando nos braços dele.
- Calma, eu não irei deixá-la. _ele me abraçou forte e senti uma calma enorme.
Como teríamos um longo dia pela frente Justin achou melhor tentarmos achar o caminho de volta.
Andamos muito e não estávamos chegando a lugar algum.
- Estou cansada. _eu disse ofegante.
- Vamos parar um pouco. _ele disse jogando a mochila no chão e sentando por cima.
Sentei e me encostei em um tronco de uma árvore.
- E se isso for um castigo? _eu estava com uma expressão de pensativa.
- Como assim? _Jus ficou confuso.
- Eu vivia te chamando de Tarzan e agora estamos aqui presos nessa floresta. E se isso for um castigo e ficarmos presos aqui para sempre? _entrei em desespero.
- Então se não quisermos ficar presos aqui para sempre é melhor irmos andando. _ele disse se levantando.
Começamos novamente a tortura de encontrar o caminho de vota. Justin estava indo a alguns centímetros na minha frente e eu andando devagar pensativa quando de repente virei o pé em alguma coisa. Levei a mão no meu pé na hora e comecei a gritar de dor.
- O que foi? _Justin foi me socorrer.
- Meu pé está doendo demais. _eu chorava de dor.
Justin não era médico, mas era atencioso e examinou meu pé.
- Parece que você torceu o pé. _ele disse.
- Como assim? E agora? _fiquei preocupada.
- Eu não posso dizer porque não sou médico, mas do jeito que está parece que você torceu. Consegue andar? _ele perguntou.
Ele me ajudou a levantar. Quando fui tentar apoiar o pé direito que eu havia torcido no chão cai novamente e comecei a gritar de dor.
- Você não consegue apoiar esse pé no chão. É melhor pararmos por aqui. _ele disse jogando a mochila no chão.
Justin estava com uma cara de preocupação.
- Eu sou um encosto na sua vida não é? _perguntei.
- Isso poderia ter acontecido comigo, não se culpe por ter torcido o pé. _ele tentou me acalmar.
- Mas não aconteceu com você, foi comigo que sou uma sonsa que não olha por onde ando. Agora estou aqui te dando preocupação. _eu fiz uma cara de dor porque meu pé estava doendo muito.
- Está sentindo muita dor? _ele disse percebendo.
- Acho que sobreviverei se nenhum bicho aparecer aqui e nos devorar. _eu ri.
Mais uma vez Justin e eu ficamos ali conversando. O tempo foi passando e provavelmente o Sr. Wagner já havia voltado para casa com a turma. Novamente a noite estava chegando e teríamos que dormir na floresta de novo.
Junto com a noite chegou um frio de bater queixo e a dor do meu pé parecia aumentar cada vez mais. Para o frio diminuir me sentei mais próxima a fogueira e peguei a blusa do Justin que disse que não estava sentindo frio.
- Estou preocupado com você. _ele disse acariciando meu rosto.
- Eu estou bem. _dei um sorriso esforçado.
- Não está não. Você está queimando de febre Manu_Justin parecia que ia desmoronar ali.
Eu realmente estava com muito frio, então deveria ser febre. Meus olhos estavam quase se fechando de tanto sono que estava me dando, mas parecia que Justin não queria que eu dormisse. Ele ficou me fazendo perguntas que eu nem tinha noção do que estava respondendo. Meu pé estava muito inchado e como se isso não fosse o suficiente a dor dele estava ficando difícil de suportar.
- Manu não durma, por favor. _ele tocou os lábios dele nos meus.
Não estava mais dando para segurar o sono, porém aquele pedido doeu mais que meu pé. Eu teria que ser forte e ficar acordada. Fiz esforço.
- Eu também não irei deixá-lo. _eu disse baixinho.




Acordei sem saber o que estava acontecendo. Eu estava no meu quarto, de pijama e com o pé engessado.
- O que aconteceu? _eu disse perguntando para a enfermeira que estava ao meu lado.
- Você torceu o pé e estava perdida em uma floresta. Parece que ao anoitecer começou a lhe dar febre. O garoto que estava com você fez de tudo para que ficasse acordada. Você resistiu por um bom tempo, porém quando a equipe de resgate chegou você adormeceu. Sua sorte foram os paramédicos se não teria dado uma convulsão. _a enfermeira parecia estar por dentro de tudo que aconteceu comigo.
- Eu não me lembro de ter dado febre, só lembro-me de estar reparando a fogueira. _eu disse confusa.
- Você estava meio inconsciente então não irá lembrar. _ela respondeu.
- Estou dormindo há quanto tempo? _perguntei.
- Há umas vinte e quatro horas. _ela estava pegando um remédio.
Olhei pela janela e já era noite.
- E minha perna, vai demorar melhorar? _eu disse olhando para aquela coisa horrível.
- Não muito, acho que em um mês e meio estará pronta para se perder novamente. _ela sorriu.
Ela me deu um remédio para tomar. Era amargo, então fiz uma careta.
- Cadê o Justin? _eu perguntei para a enfermeira.
- Ele ficou até sua mãe chegar, depois ela percebeu que ele precisava descansar então disse que poderia ir embora que quando você acordasse ela ligaria. _ela respondeu.
- E minha mãe? _eu estava com uma vontade imensa de abraçá-la.
- Sua mãe teve que ir para um jantar de negócios e seu pai veio hoje cedo. Ambos disseram que pela manhã vem vê-la. _respondeu a enfermeira com cara de sono.
Eu estava com saudades dos meus pais e aquela resposta me deixou um pouco triste.
- Você tem um namorado muito atencioso e bonito. _disse a enfermeira. Parecia que ela queria me animar.
Foi engraçado ouvir que Justin era meu namorado. Eu gostei de ouvir aquilo e sorri em agradecimento as palavras que ela disse.
O remédio que tomei parecia que estava me dando sono. Fechei os olhos e fiquei pensando nos momentos que passei com ele na floresta, até que adormeci.





Uma mão dele estava acariciando meu rosto e a outra segurando a minha mão. Justin estava de mochila e deveria ter passado rapidinho para me ver. 
- A “Bela adormecida” resolveu acordar. _ele estava sorrindo.
- Quer dizer que mudou de Barbie para “Bela adormecida”? _comecei a rir.
- Por enquanto, mas continua sendo Barbie. _ele beijou minha testa.
- Obrigada! _sussurrei.
Ficamos quietos por uma fração de segundos.
- Quando estava queimando de febre eu comecei a te fazer perguntas. Você me respondeu todas e uma delas sorriu após responder. Se lembra qual era? _ele perguntou esperançoso.
Eu não tinha ideia do que Justin havia me perguntado. Então contei para ele o que a enfermeira disse. Ele pareceu ficar um pouco chateado, mas entendeu.
- E o que foi que você me perguntou? _fiquei curiosa.
Justin ficou um pouco sem graça e demorou um pouco para responder minha pergunta.
- Você estava delirando e começou a me pedir para não deixá-la que você também não me deixaria… _ele não concluiu.
- Fala. _eu insistia.
- Esquece. _ele pediu.
- Justin, vai me deixar curiosa? _fiz carinha de choro.
- Tenho que ir para o colégio. Mais tarde venho te ver. _ele me beijou na testa e saiu.
Não entendi o porquê dele ter ficado tão sem graça, mas fiquei curiosa e o caso seria esperá-lo para perguntar novamente.
Minha mãe foi me ver antes de ir para o trabalho, já meu pai não deu as caras o que achei estranho.
- Amanhã você volta a estudar, então descanse. _disse minha mãe saindo as pessas.
Nanda apareceu para me visitar. Eu amei a visita dela.
- Nossa Paris é incrível. _ela disse com os olhos brilhando.
- Eu te disse que você ia amar. _eu sorri.
Ficamos ali conversando a tarde inteira. Ela me contou tudo que aconteceu com ela e quis saber tudo que aconteceu comigo.
- Você está o que? _ela ficou assustada quando eu disse que estava apaixonada pelo Justin.
Expliquei tudo a Nanda e ela pareceu entender o que eu estava sentindo. Ela confessou que era meio estranho imaginar nós dois juntos já que vivíamos em pé de guerra, mas que os opostos se atraem e que talvez essa fosse a razão de um ter se apaixonado pelo outro.
- Você acha que ele também possa estar apaixonado por mim? _perguntei para ela.
- Acho que sim. Pelo jeito que você contou. _Nanda sorriu.
Chegou a hora dela ir embora.
- Até amanhã. _ela disse pegando a bolsa e saindo.
Justin não voltou depois da aula para me ver, então fiquei triste com aquilo. Cheguei a chorar até que adormeci.


 
No outro dia minha mãe foi me levar ao colégio.
- Cuidado com a perna. _ela disse enquanto eu descia do carro.
Nanda foi encontrar comigo e carregou meu material até a sala de aula.
- Você o viu? _perguntei a ela.
- Acho que ainda não chegou, por quê? _ela disse tirando o livro de história de dentro da bolsa.
O sinal tocou e os alunos começaram a entrar para sala. Eu já havia perdido as esperanças quando ele finalmente entrou.
Quando Justin passou pela porta pedindo licença a senhorita Margareth meu coração disparou e abri um sorriso imenso no rosto. Ele se sentou na carteira e olhou para onde eu estava sentada com Nanda.
Eu estava vegetando na aula, quando Nanda me cutucou.
- O que foi? _perguntei baixinho.
- Pediram para te entregar. _Nanda me deu um papelzinho que estava enrolado.
Abri e vi que era do Justin. Nele estava escrito:


Espero que me desculpe, mas não deu para ir a sua casa depois do colégio. Minha mãe me ligou pedindo um favor e eu não pude negar. Acho que a decepcionei e para compensar faço qualquer coisa. É só pedir.
                                                P.S
                                                        Justin Bieber
Não tinha como ficar chateada, ele foi fazer um favor para mãe dele. Que mau havia nisso? Peguei minha caneta e respondi no verso do papelzinho.


Eu irei perdoá-lo, mas para isso você terá que me dizer qual era a pergunta que havia me feito na floresta.

                                               P.S
                                                      Mari
Entreguei a Nanda e pedi a ela para passar para ele. Fiquei ansiosa esperando a resposta até que o papelzinho chegou em mim novamente.

Você é muito curiosa.
      Quer ser minha namorada? Minha única garota favorita?

Não pensei duas vezes e respondi a pergunta.